Amarílis / Açucenas / Hipeastros - gênero Hippeastrum
1. Descrição geral e origem geográfica | 2. Origem etimológica | 3. Características | 4. Repertório | 5. Referências | 6. Galeria
Descrição geral e origem geográfica
As plantas do gênero Hippeastrum são bulbosas nativas da América do Sul e da América Central, pertencentes à família das amarilidáceas, com mais de noventa espécies conhecidas, muitas delas distribuídas pelo Brasil. Seu cultivo é muito popular em razão de suas belas flores, com uma vasta diversidade de cores, ampliada ainda mais ao longo dos anos por hibridização, em sua maior parte conduzida por floristas e botânicos do exterior, mas também em alguns programas de melhoramento realizados no Brasil, podendo-se citar trabalho nesse sentido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Origem etimológica
O nome do gênero foi dado em 1821 por William Herbet (1778-1847), botânico inglês, com base no grego antigo: "hippeus", cavaleiro, e "astron", estrela. Referido botânico também propôs que essas plantas fossem chamadas de "knight's-star-lily" (lírio estrela de cavaleiro), embora a lógica dessa nomenclatura nunca tenha sido mais bem-fundamentada por seu autor, sendo debatido por outros, mas não confirmado, que talvez a noção venha da representação de estrelas de ordens de cavalaria. Anteriormente, um exemplar do gênero foi incorretamente classificado como Amaryllis equestris, por sua semelhança com a espécie sul-africana A. belladona, sendo essa a razão da popularização do nome "amarílis" (substantivo feminino), muito embora esteja tecnicamente incorreto. No Brasil a planta e as flores são conhecidas em algumas regiões como "açucenas" (também substantivo feminino), motivo pelo qual alguns botânicos propõem tal nome como preferencial. Todavia observando-se a nomenclatura oficial do gênero, bem como que os substantivos "amarílis", "açucena" ou "lírio" podem se referir a outros gêneros e espécies, acreditamos que a forma mais condizente seria o aportuguesamento do termo Hippeastrum resultando na denominação "hipeastro", específica e exclusiva, com concordância no masculino como é o caso do substantivo "astro". Para mais detalhes sobre a questão da nomenclatura, sugerimos a leitura das notas 3, 4 e 6 no artigo sobre H. puniceum no sítio eletrônico da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) listado nas referências, elaborado por Cordeiro (2020). A planta também é conhecida pelos nomes populares "lírio-do-campo" e "lírio-do-mato" e tratada por alguns como a "tulipa brasileira", dado que várias de suas espécies são nativas das terras brasilienses.
Características
Suas flores, embora vistosas, não tendem a ser fragrantes - a fragrância existe, mas é um traço recessivo, sendo presente, por exemplo, na espécie Hippeastrum brasilianum, de flores brancas.
A maior parte das espécies é terrícola (enraízam no chão) e heliófila (que se desenvolvem a pleno sol), mas há também algumas epífitas (que se desenvolvem sobre outras plantas) ou umbrófilas (que se desenvolvem na sombra). A necessidade hídrica das plantas varia de espécie a espécie, das condições do local de plantio e do substrato utilizado.
Sua reprodução se dá de forma sexuada, por polinização e consequente produção de sementes, e de forma assexuada, pela multiplicação subterrânea do bulbo principal em bulbilhos laterais.
Repertório
A loja Pitaya & Cia. oferece, por ora, bulbos frescos ou invernizados da espécie H. puniceum, de flores alaranjadas, bem como de alguns híbridos holandeses mais populares. Em cultivo na propriedade, mas ainda não disponíveis comercialmente, encontram-se as formosas H. reticulatum var. striatifolium (de folhas verde-escuras com uma listra branca em seu meio e flores cor-de-rosa com padrão de rede) e H. papilio (flores de borda esverdeada e meio vermelho-escuro, em formato que remete às asas de uma mariposa).
Texto: Karl Rocha
Data da publicação original: 20/12/2020
Data da mais recente alteração: 18/8/2021
Reprodução textual autorizada somente com expressa citação da fonte:
ROCHA, K. F. A. P. de F. Amarílis. In: PITAYA E COMPANHIA. Plantas. Campo Grande: Pitaya e Companhia, 2021. Disponível em: https://www.pitayaecia.com/amar%C3%ADlis. Acesso em: [indicar data de acesso].
Referências
CORDEIRO, Sandra Zorat. Hippeastrum puniceum (Lam.) Voss. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Instituto de Biociências. Herbário Prof. Jorge Pedro Pereira Carauta - HUNI. Coleção Didática do Canto das Flores on-line. Rio de Janeiro: Unirio, 2020. Disponível em: http://www.unirio.br/ccbs/ibio/herbariohuni/hippeastrum-puniceum-lam-voss. Acesso em: 19 dez. 2020.
HIPPEASTRUM. In: WIKIPEDIA: the free encyclopedia. [São Francisco, CA: Wikimedia Foundation, 2020]. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Hippeastrum. Acesso em: 19 dez. 2020.
INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS (IAC). Novas cultivares de amarílis do instituto agronômico. Disponível em: http://www.iac.sp.gov.br/imagem_informacoestecnologicas/50.pdf. Acesso em: 19 dez. 2020.
Galeria
Algumas imagens do repertório de bulbos de espécies e híbridos do gênero Hippeastrum, conhecidos como amarílis ou açucenas.